Parabéns à professora Luciene Alves Dos Santos

Parabéns aos alunos do 8°Ano.

#ARTE

A importância de Tarsila do Amaral

Primeiramente, podemos destacar o fato de a artista representar o estado de São Paulo, mais especificamente o interior da região de Capivari, cidade onde nasceu. Tarsila era filha do rico fazendeiro José Estanislau do Amaral, condição que lhe possibilitou o acesso a um ensino de alta qualidade, dividido entre São Paulo e Barcelona, na Espanha. Portanto, estamos falando de uma artista que viajou pelo mundo sem esquecer suas raízes interioranas.

Em segundo lugar, muitos admiram a autonomia da artista. Em um período em que poucas mulheres se divorciavam ou trabalhavam, Tarsila do Amaral optou por terminar o seu primeiro casamento com André Teixeira Pinto, apesar de ter tido com ele uma filha. Ela não era feliz e via a separação como a única saída.

Solteira, quis tentar um novo rumo para a sua vida, decidindo estudar arte: começou com a escultura, uma linguagem com pouca tradição entre as mulheres. Ser artista tornou-se a sua profissão. Posteriormente, passou a ter aulas de desenho com Pedro Alexandrino, um dos artistas discípulos do método da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro. Tarsila lá conheceu Anita Malfatti. O encontro com Malfatti no ateliê de Alexandrino torna Tarsila uma ponte entre o Academicismo e a nova vertente de arte, o Modernismo.

A partir de 1920, foi morar e estudar em Paris, onde conheceu os diversos estilos de vanguarda por lá em vigor, como o Expressionismo e o Cubismo. Permaneceu na Europa até junho de 1922. Portanto, apesar de pertencer ao nosso Modernismo, Tarsila do Amaral não estava no Brasil em fevereiro de 1922, mês da Semana de Arte Moderna de São Paulo. Porém, esse fato não a impediu de se informar sobre as propostas do movimento, já que se comunicou via carta com a sua amiga Anita Malfatti.

Tarsila é considerada por muitos como a musa do movimento modernista no Brasil. Era rica, atraente e culta, além de ter namorado o célebre escritor Oswald de Andrade. Ao lado dele, Tarsila influenciou muitos artistas de sua geração e das futuras.

Por fim cabe também falar da importância da obra de Tarsila: apesar de ter vivido anos na Europa e conhecido o mundo, o Brasil, seu povo, natureza e costumes eram a maior fonte de inspiração para as suas telas. O exemplo mais famoso da brasilidade nos trabalhos de Tarsila é O abaporu, tela cujo nome significa em idioma indígena o comedor de carne humana. A ideia do canibalismo foi uma metáfora dos modernistas para a apropriação da cultura estrangeira, misturada à tipicamente brasileira. Esse pensamento, denominado Antropofágico, esteve presente na vida e na obra de

Tarsila do Amaral até o final de sua vida, em janeiro de 1973.

Tarsila do Amaral (1886 -1973)

Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, no Estado de São Paulo, e viveu parte de sua vida entre idas e vindas a Europa. Viveu na fazenda com seus pais e irmãos e na infância estudou no Colégio Sion. Casou-se pela primeira vez em 1906 e teve uma filha chamada Dulce. Por volta de 1918, iniciou os estudos de pintura em São Paulo e foi aperfeiçoar seus estudos em uma tradicional escola em Paris. Em 1924, retorna para o Brasil com o intuito de estudar as técnicas da arte moderna. Sua primeira exposição individual foi em Paris em 1926 e na mesma época casa-se com o escritor Oswald de Andrade.